Empresas de mídia social se tornaram a nova sensação tecnológica mundial, com os mercados premiando companhias como LinkedIn e Facebook, enquanto tradicionais empresas, como HP, Nokia e RIM lutam para manter-se de pé. Mas será que essa "bolha social" está prestes a explodir?
Alguns dizem que sim. As ações do Facebook caíram 16,5% desde sua oferta inicial em maio, a qual avaliava a companhia em 104 bilhões de dólares. Os valores começaram a cair quase que imediatamente depois da estreia, com muitos analistas alertando que a companhia fora supervalorizada e apontando para a renda não-comprovada de seu modelo de anúncios.
O Facebook faz dinheiro cobrando taxas de companhias para mostrar anúncios e atrair novos "likes". No entanto, uma investigação da BBC, publicada nesta semana, sugere que muitos desses likes são provenientes de contas falsas, controladas por computadores programados para produzir spam.
A rede social alega não ver evidências de um problema significativo, mas essa história levanta outras questões sobre o valor deste modelo. Muitas empresas de tecnologia estão sofrendo as consequências do IPO do Facebook, e acredita-se que toda essa experiência tornará mais difícil para a próxima companhia de mídia social vir a público.
Enquanto isso, o Digg - uma vez avaliado em mais de 160 milhões de dólares - foi vendido à firma de investimento tecnológico Betaworks por apenas 500 mil dólares. A companhia planeja restaurar o site ao ponto inicial de startup com um baixo orçamento, pequena equipe e ciclos rápidos - mas isso será uma transformação difícil de ser feita.
Sinais de que a economia social já girava bem antes do fiasco do IPO do Facebook.
O site de compras coletivas Groupon levantou 700 milhões de dólares em seu IPO de novembro de 2011, mas está sendo processado por supostamente enganar investidores sobre suas prospecções financeiras, e as ações que tiveram um recorde de queda impressionante.
A Zynga, companhia por trás do Farmville, também falhou no seu primeiro dia, e desde então continuou caindo, chegando a menos de 5 dólares por ação.
"A bolha social é tão parecida com a bolha da internet de 1999/2000", disse o analista da TechMarketView, Richard Holway. "Temos certeza de que uma porção de companhias irá sobreviver e prosperar para se tornar a nova Amazon. Mas a maior parte irá cair ou será resgatada em uma liquidação por uma fração do investimento feito nelas."
Exceção
Há apenas uma exceção, de acordo com Holway: o LinkedIn.
Quando a rede social foi lançada em maio de 2011, suas ações do IPO valiam 45 dólares, mas esse valor, desde então, subiu para mais de 100. A empresa atraiu investidores porque seu modelo de investimento é mais parecido com o de uma empresa de negócios que de consumo.
"Ao passo que o Facebook depende principalmente de anúncios, o LinkedIn não necessita, de fato, deles", disse Holway. "A rede de Zuckerberg não está trabalhando em seu modelo móvel - já o LinkedIn é eficaz de qualquer jeito que você o acessa; o Facebook gera 0,06 dólares por membro por hora, enquanto que o LinkedIn gera 1,30 dólares - 21 vezes mais."